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A Hierarquia Espiritual - Por Luiz de Souza

A hierarquia espiritual é um derivativo da sistemática da evolução.

Há 33 planos de evolução, dos quais faz parte o planeta Terra. Os espíritos que fazem a sua evolução na dependência da reencarnação neste mundo físico, pertencem aos primeiros planos, e os que processam o seu desenvolvimento espiritual independentemente de estágios terrenos, distribuem-se pelos demais.

Há então, com tal divisão, 33 graus de hierarquia espiritual, que correspondem, exatamente, aos 33 planos mencionados.

Esses planos são esferas concêntricas, envolventes, sucessivamente, que conservam grau de distância entre si.

No primeiro plano, estão os espíritos desencarnados de menor visão espiritual, que se sentem muito ligados à vida material. Os seus corpos astrais são densos, de acordo com a constituição do seu próprio plano, e a vida ali assemelha-se à terrena, com ligeiras variações. As suas crenças são, como aqui na Terra, igualmente materializadas, sendo auxiliados no preparo para a reencarnação por espíritos mais adiantados, de planos mais elevados, que ali prestam serviço.

No segundo plano a matéria é mais diáfana, e assim vai ela ficando cada vez mais tênue, de plano em plano, até o 33, onde se encontram os espíritos de luz puríssima, da natureza de Jesus.

Os espíritos do primeiro plano a ninguém podem esclarecer em face dos minguados recursos que possuem, enquanto que os do segundo plano já podem prestar concurso espiritual ao primeiro, e assim por diante. Da escala ascensional, até à última, os espíritos têm ação esclarecedora sobre todos aqueles que se encontrem nos planos abaixo do seu.
Nesse encadeamento não faltam elementos para ensinar nem aprender. Todos os planos contêm numerosos espíritos que emprestam auxílio aos que estão abaixo, e recebem recursos dos que estão acima.

Assim são todos assistidos, beneficiados e esclarecidos de conformidade com a sua capacidade de apreensão, e preparados., convenientemente, para a reencarnação, conforme o caso.

Todos obedecem a essa hierarquia espiritual sem o menor constrangimento, pois ninguém põe em dúvida que o espírito do plano acima do seu esteja realmente mais capacitado, porque essa promoção de um plano para o outro imediatamente superior, não é feita, como aqui na Terra, às vezes, por apadrinhamento, mas por uma realização espiritual, em que a estrutura individual adquire uma vibração condizente com a do plano acima do seu.

Esse esforço consiste em viver honradamente, procurando desenvolver os atributos espirituais latentes por meio de uma conduta retilínea de um viver sadio, operoso, compenetrado, consciente, proveitoso, humano, justo, equilibrado, compreensivo e construtivo.

O espaço que envolve a superfície da Terra é o que se denomina "astral inferior", também aí há hierarquia exercida pelos chefes de falanges.

A hierarquia neste mundo difere, consideravelmente, da dos Planos Astrais. Aqui não se conhece a que plano cada qual pertence, e não raro indivíduos de planos inferiores são chefes de outros de planos mais elevados.
Esta hierarquia terrena obedece a outro fim, qual seja o de resgatar faltas cometidas nas encarnações anteriores. Na realidade, é quase sempre um sofrimento para a alma ter de cumprir uma ordem quase absurda, contraproducente, transmitida por um ser menos esclarecido, mas poderoso, em função do dinheiro ou da posição social.

Misturam-se aqui criaturas da série reencarnante dos primeiros planos, para aprenderem a ser simples, obedientes, disciplinadas, respeitadoras, conformadas, renunciantes e submissas.

Cada qual precisa aceitar a sua condição sem revolta, sem protesto, sem se lamuriar, muito embora lute para melhorar a sua situação. Mas, se a mudança retardar ou não se fizer tão completa como desejada, não deve isso ser motivo para desânimo, para encrespar contra ninguém, para atribuir a terceiros, como é comum, a causa dos seus sofrimentos.
Esses terceiros podem ser instrumentos, mas não a causa. Cada qual recebe de acordo com o seu merecimento. As dificuldades, as lutas, os sofrimentos, são acidentes da vida necessários ao desenvolvimento espiritual e ao anulamento dos débitos pessoais.

A hierarquia faz parte da organização da vida, tanto espiritual como material. Por isso não pode haver independência absoluta no caminho da evolução, porque, pela hierarquia, todos estão ligados e recebem instruções ou ficam jungidos a imposições próprias da existência.

Ela tem de ser respeitada e reconhecida, muito embora muitos pareçam deslocados na posição que ocupam ou que por ela estejam favorecidos, mas o certo é que estão plantando naqueles postos para colherem depois, e é nessa colheita que receberão as lições de que mais necessitam.
Todos, de um modo geral, já fizeram mau uso da sua hierarquia e sofrem, por isso, aquilo que outros sofreram ontem, e ainda o que outros sofrerão amanhã.

As lições são semelhantes, igualmente distribuídas e aplicadas, razão pela qual vale a pena serem as criaturas conformadas e compreensivas, certas de que não existem, nem existirão, injustiças na direção do Universo, em que os seres se encontram e vivem.

A hierarquia terrena está quase sempre ligada ao dinheiro, como instrumento, e oferece ao indivíduo boa oportunidade de elevar o seu débito, pois que não estando à altura da posição que ocupa, faz o triste papel de déspota, de importante e perde a noção da igualdade para valorizar-se muito acima dos seus méritos.

Mas para a criatura lançar para fora as mazelas que tem escondidas na alma, é preciso dar-lhe oportunidade para evitar que fiquem incrustadas lá dentro e, com isso, retida a marcha da evolução. Este é um mundo escola, penoso, portanto, e aqui as criaturas têm de lavar a roupa usada, malcheirosa, e converter o mal em bem. Essa roupa menos limpa são as vestes da alma, que se exibem, em circunstâncias adequadas, no cometimento de erros pelo abuso do dinheiro, de posições e da hierarquia. 

Encarando, friamente, os fatos, pode-se considerar a hierarquia terrena como uma armadilha, uma cilada para muitos, assim como o dinheiro e as posições, pois mal sabem que estes servem para enredinha-los em seu interior, obrigando-os a expelir os atributos negativos encubados que, uma vez expostos, agem como corrosivos, provocadores de chagas difíceis de sarar.

Se na vida terrena não existissem tais armadilhas, tais ciladas, não teria o espírito renitente ao esclarecimento meios para expulsar os agentes corrosivos e virulentos de que precisa libertar-se.

Assim, há dois caminhos na vida que podem ser escolhidos: o da virtude, por via do qual a criatura se espiritualiza e evita passar por espinhosa classe de sofrimentos, ou o do gozo materialista em que se faz a evolução, com grande perda de tempo, à custa de dores, das mais cruciantes.


Esta é a situação de fato. A maioria prefere o segundo caminho, não por sabedoria, mas por ignorância, por amor ao vício, por indolência, por indiferença aos apelos da própria consciência.

A hierarquia faz parte da vida no Universo. Alguns sabem usá-la. A maioria, não. Ela continua, no entanto, prestando o seu serviço valioso e indispensável. A vida terrena foi organizada com perfeição, mas é necessário entendê-la e procurar compreender que nela nada há de insondável, ao contrário do que dizem os religiosos; tudo nela tem a sua explicação racional e coerente. O Astral Superior, que a preside, não faz mistérios da sua obra; apenas elucida a cada um, na proporção do seu desejo e da sua disposição espiritualista.

Na Filosofia Espiritualista Racionalista Cristã procede-se a mais fraternal das hierarquias; os seus laboriosos auxiliares são companheiros a serviço de uma Causa; entendem-se, estimam-se e trabalham sem remuneração material, como se faz nos Planos Superiores. A linguagem da cordialidade impera, e o respeito ao semelhante é um lema acatado com a maior elevação.

A hierarquia espiritual
Por Luiz de Souza

Fonte:  Livro Ao Encontro de Uma Nova Era – Edição Internet
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