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Fanatismo Condenável - Por Luiz de Mattos

Se todo fanatismo é condenável pelo poder que tem de obliterar a razão e impedir que o raciocínio seja exercitado, o religioso é mais nocivo ainda porque, gerando ódios e paixões, é capaz de levar as criaturas a cometerem os atos mais desalmados e os crimes mais abomináveis.

Na história da humanidade, não existem guerras tão bárbaras, tão implacáveis, tão cruentas, tão ferozes, tão brutais, tão espantosamente perversas e desumanas quanto as religiosas.

Jamais o mundo assistiu a ações de tamanha crueldade e vandalismo como as que praticaram os cruzados, cujo ódio os levou a despedaçar indefesos e aterrorizados velhos, mulheres e crianças.

A pavorosa Noite de São Bartolomeu e as fogueiras acesas pela Inquisição para queimar vivas, depois de horrivelmente martirizadas e mutiladas, as vítimas do ódio gerado pelo fanatismo religioso no espírito dos próprios sacerdotes inquisidores, são um exemplo bem ilustrativo dos extremos a que esse fanatismo pode levar o homem.

Na melhor das hipóteses, o fanatismo religioso – e ninguém, por mais que demonstre estar por ele dominado, se considera fanático – enfraquece, aliena e reduz à impotência a vontade humana.

O homem que é, por excelência, um espírito criador, quando influenciado pela falsa idéia do milagre e da ajuda divina, à espera dos quais se detém, inerte, em lugar de esforçar-se para ajudar-se a si mesmo, chega, muitas e muitas vezes, ao fracasso, por não saber utilizar-se de duas forças poderosas que possui e que, se devidamente exercitadas, o teriam conduzido ao triunfo.

Essas forças, que na maioria dos seres jazem ignoradas e adormecidas, se chamam vontade e pensamento.
Os deuses mitológicos também fizeram milagres, na imaginação fantasista dos adoradores, e daí a autoridade e o prestígio que desfrutaram junto aos seus fiéis.

Não há diferença sensível, por isso, entre os deuses milagreiros da mitologia e os não menos milagreiros das variadas religiões atuais. Estas apenas progrediram e aperfeiçoaram os métodos de adorar, que se tornaram, como já foi dito, mais finos, mais distintos, mais requintados.

Fanatismo Condenável
Por Luiz de Mattos

Fonte: Livro Base do Racionalismo Cristão – 42ª. Edição

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