A família bem
organizada estabelece entre os seus membros relações de nível elevado.
Revela-se pelo altruísmo, pela simpatia, por expansões que se harmonizam e
associam intimamente. Abandona o “nós sempre fomos assim”, vive do presente
para o futuro, não se deixando influenciar por preceitos e dogmas dos
antepassados que lhe inibem a faculdade de raciocinar.
Os esposos dão
valor aos filhos, a eles se dedicam, mas deles também recebem luz mais intensa
porque, educando-os, aprendem a conhecer-se e aos outros. Devem-lhes, por isso,
muito.
Ao arrolar as
riquezas afetivas e morais que mutuamente se oferecem, descobrem as que vêm dos
filhos. Essas são mais secretas. Exercendo com dignidade a função que lhes é
destinada, tanto o pai como a mãe ajudam os filhos, auxiliando-os a conquistar
a consciência de si próprios. Entre pais e filhos, a qualidade educadora
daqueles se relaciona à qualidade do amor que os une.
Na família bem
formada, cultiva-se o amor adulto: o que tem consciência do que os outros nos
dão e não apenas do que lhe devemos dar; o que ama o próximo não como o havia
imaginado, mas como é. A conquista, porém, de tão elevado pensar requer esforço
e paciência, desmoronamento de amor próprio, desprendimento de egoísmo.